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A Neurociência e a aprendizagem na primeira infância

*Sueli Bravi Conte

 

A psicomotricidade é uma neurociência que transforma o pensamento em ato motor harmônico, ou seja, a educação psicomotora é o “ponto de partida” para o processo de aprendizagem infantil. Os especialistas dizem que é comum a dificuldade de aprendizagem de uma criança ser consequência de alguma deficiência no desenvolvimento psicomotor.

A criança que apresenta o desenvolvimento psicomotor mal constituído poderá apresentar problemas na escrita, na leitura, na direção gráfica, na distinção de letras, na ordenação de sílabas, no pensamento abstrato e lógico, na análise gramatical, entre outros.

A escola e o professor têm, principalmente nos anos iniciais, relevante papel. Eles influenciam diretamente no desenvolvimento do aluno. No tocante à aptidão física, os profissionais podem utilizar jogos lúdicos e brincadeiras que estimulem diversos aspectos do indivíduo, como o motor, o social, o afetivo e o cognitivo.

Por meio da brincadeira, a criança envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com o outro. Ainda que em postura de adversário, a parceria é um estabelecimento de relação. Esta relação expõe as potencialidades dos participantes, afeta as emoções e põe à prova as aptidões, testando limites. Brincando e jogando, a criança terá oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis a sua futura atuação profissional, tais como atenção, afetividade, o hábito de permanecer concentrado e outras habilidades perceptuais psicomotoras. Simplificando: Brincando a criança se torna participativa.

Uma aula com características lúdicas não precisa ter jogos ou brinquedos. O que traz ludicidade para a sala de aula é muito mais uma ‘atitude’ lúdica do educador e dos educandos. O principal objetivo da educação psicomotora não é restrito ao conhecimento da criança sobre a visão que tem de seu corpo, não sendo apenas conteúdo, mas sim a descoberta de todo sistema corporal, formação de uma unidade organizada e instrumento da relação com a realidade.

O trabalho da educação psicomotora com as crianças deve prever a formação de base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, dando oportunidade para que por meio de jogos, atividades lúdicas, se conscientize sobre seu corpo. Através dessas atividades lúdicas a criança desenvolve suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor.

Na prática, há que se observar o fato de que as crianças aprendem de modo mais satisfatório e eficaz através de jogos e brincadeiras. O contexto lúdico é fundamental para socialização do ser humano. Pelo jogo, há a construção de diferentes pontos de vista, elaboração de hipóteses e contextualização do espaço e tempo. O ato de brincar não pode ser visualizado como um ato de entretenimento, mas sim entendido como uma atividade que possibilita a aprendizagem de diversas habilidades, inserido em um ambiente motivador, aprazível e planejado para a educação infantil.

Na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da atividade, o que dela resulta, mas a própria ação, o momento vivido. A possibilidade de vivenciar momentos de encontro com o “Eu” e com o outro, momentos de fantasia e de realidade, de ressignificação e percepção; além do autoconhecimento e conhecimento do outro, enfim, momentos de convivência saudável.

A atuação preventiva dos docentes é de extrema importância, tornando possível a diminuição do quantitativo de crianças com dificuldades na aprendizagem, o que minimiza os efeitos negativos que as disfunções psicomotoras possuem e favorece o desenvolvimento global. É o lúdico desempenhando um papel fundamental no processo de aprendizagem.

É durante os anos iniciais que o ser humano organiza conceitos e se desenvolve através da busca por novas experiências. Dessa forma, a proposta lúdica, característica da educação psicomotora, visa o desenvolvimento motor, afetivo e psicológico por meio de jogos e atividades lúdicas, onde a criança descobre as potencialidades de seu próprio corpo.

A brincadeira deve ser entendida não somente como uma atividade de entretenimento, mas sim como um exercício que promove a aprendizagem em vários aspectos, principalmente se for realizado em um ambiente motivador e agradável. O brincar proporciona a descoberta e a exploração, sendo canal direto para a expressão de emoções. Em diversas atividades a criança vence obstáculos e se descobre dentro de um meio social.

 

*Sueli Bravi Conte é educadora, psicopedagoga, doutoranda em Neurociência e mantenedora do Colégio Renovação, instituição de ensino com mais de 35 anos de atividades e que atua da Educação Infantil ao Ensino Médio.

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