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SIGNOS NA PAISAGEM

19 de setembro de 2023 @ 09:00 9 de novembro de 2023 @ 21:00

Primeira exposição da BIENALSUR 2023 no Brasil acontece no CCBB Brasília

A BIENALSUR 2023 acontecerá, pela primeira vez no Brasil, no CCBB Brasília,
com a exposição Signos na Paisagem que apresenta trabalhos que propõem a
necessidade de uma reflexão sobre como o planeta vem sendo modificado. A
abertura da mostra, com entrada gratuita, será em 19 de setembro e poderá ser
visitada até 09 de novembro, na galeria 4 do CCBB Brasília.
A exposição reúne obras de artistas do Brasil, Argentina, Uruguai, Espanha,
França e Arábia Saudita. E a rede colaborativa da BIENALSUR no Brasil é
ampliada com a participação das unidades do CCBB Brasília, CCBB São Paulo
e CCBB Rio de Janeiro, além da Fundação Getúlio Vargas (RJ) e da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
BIENALSUR é o evento cultural mais extenso do mundo, ocorre em 28 países e
mais de 70 cidades ao redor do mundo nos cinco continentes, e fiel ao objetivo
de ser uma bienal diferente – descentralizada, democrática, horizontal e
humanista, que aborda os temas do mundo de hoje – a BIENALSUR 2023 segue
reivindicando o direito à cultura e à diversidade, com exposições e ações
focadas em questões ambientais, perspectiva de gênero, construção de
narrativas e democracia.
“Uma das premissas do trabalho da BIENALSUR é sondar o cenário artístico
internacional por meio de uma convocação aberta, gratuita e horizontal,
realizada a cada edição. Desta convocatória surgem os principais temas sobre
os quais trabalhamos, bem como projetos de artistas de diferentes áreas
culturais que são selecionados para integrar as exposições e intervenções
realizadas simultane-amente ao redor do mundo”, explica Diana Wechsler,
Diretora Artística da BIENALSUR.
Signos na Paisagem, primeira exposição dessa edição no Brasil, reúne obras
de Rochelle Costi e Dias & Riedweg (BRA); Gabriela Golder e Matilde Marín
(ARG); Stephanie Pommeret (FRA); Silvia Alejandra González Soca (URY);
Gabriela Bettini (ESP); Sara Abdu, Zhara Al Ghamdi, Manal Aldowayan e Hatem
Al Ahmad (SAU). Os trabalhos problematizam a experiência de vida contemporânea e têm como chave, em sua maioria, a questão do meio
ambiente.

“De diferentes maneiras, nosso olhar sobre o ambiente natural – antes
identificado entre as disciplinas artísticas convencionais simplesmente como
paisagem – é urgente e exige atenção. Há séculos sabemos que as sociedades
humanas vêm modificando a natureza por meio da extração de recursos, o que
gera um grande impacto no planeta”, afirma Diana Wechsler.
Em paralelo, Aníbal Jozami, Diretor Geral da BIENALSUR salienta que “em
diálogo com essas questões, a memória de formas recentes – ou não tão
recentes – de autoritarismo ressoa nas reflexões dos artistas como um alerta e
um convite à construção de um humanismo contemporâneo que acolha as
diversidades e seja inclusivo, democrático e ambientalmente consciente”.
Água, ar, terra, fogo, os quatro elementos estão presentes no espaço através
dos seus sons, da singularidade dos seus movimentos e das suas formas. O
território está presente no fluxo de olhares de artistas de diferentes origens sobre
um cenário natural que resiste, luta, renasce…

A EXPOSIÇÃO, por Diana Wechsler


A observação do ambiente durante o período de isolamento social, entre 2020 e
2021 em meio à pandemia, foi o gatilho para a criação a série Casa&Jardim, de
Rochelle Costi (BRA). As fotos de Jardim, (selecionadas para esta exposição)
registram os insetos encontrados na área externa de sua casa/ateliê. A obra não
resulta apenas da observação, mas da provocação da artista ao incorporar
placas plásticas com relevo à “paisagem” do jardim doméstico: ao construir uma
topografia para imitar a natureza, Rochelle causa atração e estranhamento aos
insetos, alterando seus comportamentos habituais. A série mostra o contraponto
que a comunidade global sofria naqueles tempos em que cotidianos e paisagens
eram alterados.
Numa estreita linha de reflexão, o trabalho de Dias & Riedweg (BRA), Silence –
uma série de 16 fotografias digitais – observa os vestígios no meio urbano e opta
por um tratamento formal das fotos em que se retiram volume e cor, restando
apenas as linhas, aproximando-se da imagem de uma água-forte. Essa
estratégia escolhida para desafiar o olhar é um convite a descobrir, através dos
pequenos detalhes, a anomalia, o estranho, o que é estranho a uma narrativa
visual convencional. Com estas imagens captadas em 2020, observa-se a
questão do risco latente e o alerta que algo se perdeu.
Mas os vestígios e as perdas atravessam outros trabalhos e vão além dos
períodos de estranhamento dos últimos anos. Em Scorched Earth, vídeo feito
no Cerro Mariposa (Valparaíso, Chile), Gabriela Golder (ARG) exibe a área
devastada por um incêndio, onde casas e fauna foram queimadas “como se o
mundo fosse acabar”, aponta uma testemunha do local, que narra a tragédia:

“Às 4 da tarde de sábado, dia 12 de abril, dois pássaros pousaram em um cabo
de rede elétrica. O vento, que era muito forte, sacudia aqueles cabos. Eles os
eletrocutaram. Faíscas saltaram para o chão, voaram pela grama. O fogo havia
começado. O vento sul fez com que ganhasse força. A terra foi queimada.” A
convivência entre as intervenções humanas e a natureza expõe suas tensões e
aflora a sensação de saturação, de fim do mundo.
De uma perspectiva diferente, as grandes fotografias paisagísticas de Matilde
Marín (ARG), na sua série de Temas sobre a paisagem, captam a sensação de
infinito experimentada naqueles espaços, criando bandas de atmosferas
inesgotáveis, linhas e fugas de luz, que se tornam imagens cativantes de um
momento efêmero que recupera o conceito de beleza na paisagem e seus
limites. O ponto de vista escolhido pela artista é ao mesmo tempo sua marca
registrada e a marca de sua presença latente.
Gabriela Bettini, (ESP) traz para a mostra paisagens brasileiras, realizadas a
partir das obras de Frans Post – pintor barroco holandês que trabalhou as
paisagens do Brasil levando-as para a Europa. A artista é conhecida por suas
pinturas hiper-reais que se aproximam da estética da fotografia de arquivo. A
memória pictórica de Bettini, rica em referências visuais, resulta em obras que
não apenas remetem para a questão colonial, mas também para as disputas
identitárias que ocorreram e ocorrem nestes espaços lidos a priori como
“paradisíacos”.
Hatem Al Ahmad (SAU), por sua vez, desenvolve em seu vídeo performance To
Speak in Synergy, juntamente com os membros da comunidade Abha (SAU),
uma prática milenar de cuidar das árvores – algo como um ritual que reconecta o
tempo e as boas práticas de convivência com o ambiente natural. O artista
saudita recupera uma antiga técnica de cuidado que tende a fornecer certos
elementos à árvore em seus processos vitais, ao mesmo tempo em que contribui
para sua proteção contra mudanças de temperatura ou alguns insetos, por
exemplo. Assim, a ação artística é oferecida como uma reconexão com o meio
ambiente e com a tradição. “O prolongado senso de temporalidade da
performance oferece um reconhecimento das histórias e corpos que fizeram e
habitaram o passado, bem como a racionalidade de nossos futuros”, diz o
artista.
A questão das relações com os recursos do passado, do tempo e das formas
como ele nos questiona, aparece reinterpretada como uma paisagem ficcional
na obra de Zara Alghamdi (SAU), Echo of the past, uma instalação de
seiscentas peças de blocos de areia e argila que procura exprimir, através da
recuperação de antigas técnicas de construção, o modo como o tempo afeta a
existência. As fissuras visíveis nesta orografia imaginária estariam a revelar o
colapso dos arquétipos tradicionais ou, pelo menos, a colocar as tradições
vernáculas ancestrais em tensão com um presente que as altera.
Numa dimensão diferente, a instalação Moebius de Silvia Alejandra Gonzalez
Soca (URY) pretende “cultivar o vazio”. Nela, dois tempos de um mesmo rosto coexistem para gerar uma matriz de eventos onde a germinação e a ação
performativa modificam constantemente a peça e, portanto, as relações
possíveis com ela. Moebius, segundo a artista, “aspira gerar um espaço quase
ritual que interroga a ideia de sujeito autoconsciente e autoconfiante, a partir de
uma vulnerabilidade assumida e oferecida. Um evento cíclico e efêmero, onde o
que acontece de alguma forma evidencia a distância mínima entre os processos
de construção e destruição”.
Stéphanie Pommeret (FRA), em sua série de fotografias Tous Migrants,
desenvolve uma possível síntese poética que explora as maneiras pelas quais
nos relacionamos como “migrantes” com o nosso ambiente. O projeto, realizado
na reserva natural da baía de Saint-Brieuc, levou-a a uma longa observação que
resulta nesta operação de apropriação das fotografias naturalistas de Alain
Ponsero. Combinadas com as suas próprias imagens, “servem para reivindicar a
hospitalidade como o único ambiente que favorece o futuro de nossa espécie”,
revela a artista.
Sara Abdu (SAU), em Anatomy Of Remembrance, oferece um conjunto de
paisagens imaginárias que decorrem do seu interesse em explorar as qualidades
indicativas de outros sentidos além da visão. A partir das memórias olfativas, ela
resgata seu imediatismo para evocar uma imagem mental do passado e de suas
emoções, dando origem a essas cartografias psicogeográficas suspensas com
as quais Abdu explora o lugar ou “loci” da memória dentro de nós e evoca um
ambiente particular ao confrontar essas topografias do passado.
Manal Al Dowayan (SAU) recupera técnicas e práticas artísticas tradicionais
com as quais revela a situação atual do panorama saudita em que as mudanças
e a exploração de passados ​​diversos andam de mãos dadas. Nas palavras da
artista, trata-se de um momento de dilema. “Agora podemos nos relacionar com
nossos ancestrais pré-islâmicos e reconhecer uma conexão com os antigos
egípcios, nabateus, mesopotâmicos e assírios. Antes, a narrativa sempre se
concentrava no Islã. Atualmente, o país enfrenta uma grande reavaliação
histórica e social”. Nesta perspectiva, nas duas peças da sua série The
Emerging, recria personagens/paisagens emergentes em corpos têxteis que,
feitos com técnicas e materiais tradicionais e intervencionados com acrílico,
oferecem uma perspectiva simbólica dessa tensão entre tempos em que o
impacto sobre os sujeitos, corpos e paisagens tornam-se visíveis.

BIENALSUR


Uma ampla proposta de arte, cultura e pensamento contemporâneo, que rompe
com a ideia de geografia estabelecida, ao criar uma grande rede de unidades
autônomas em torno do evento que tem o quilômetro zero em Buenos Aires e
atualmente se estende a mais de 18 mil km, até Tóquio, Japão, na Universidade
Nacional de Belas Artes e Música. Criada pela Universidade Nacional de Três de
Febrero (UNTREF), em Buenos Aires, nasceu com o propósito de buscar outras
dinâmicas para a arte e a cultura, fazendo chamadas abertas a curadores e
artistas de todo o mundo, sem temas pré-determinados.

Com mostras que serão inauguradas progressivamente em Brasília, São Paulo,
Rio de Janeiro e Porto Alegre, o Brasil é um dos grandes anfitriões da 4ª
BIENALSUR, o evento cultural mais longo do mundo. Este ano, cuja exposição
inaugural ocorreu em 1º de julho no MAR, Museo de Arte Contemporáneo de
Buenos Aires, Argentina, a BIENALSUR terá exposições e ações até o primeiro
semestre de 2024.
No Brasil, além das unidades do CCBB Brasília, CCBB São Paulo e CCBB Rio
de Janeiro – com a mostra itinerante Signos na Paisagem, a BIENALSUR está
na Fundação Getúlio Vargas, na Casa França-Brasil e no Solar dos Abacaxis, no
Rio de Janeiro, e na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto
Alegre. Pela primeira vez, conta com a participação da Argélia, Croácia,
Guatemala, Líbano, República Dominicana, Noruega, Senegal, Tunísia e
Turquia, chegando a mais de 70 cidades em 28 países dos cinco continentes,
com base na convicção de que a cultura é um direito.
“É a primeira vez na história que tantas comunidades se unem por meio de um
evento cultural. A BIENALSUR prova que a arte é a melhor ferramenta para
superar as fronteiras políticas e identitárias que colocam em tensão as relações
internacionais”, comenta Aníbal Jozami, sociólogo que idealizou a BIENALSUR
junto com a historiadora e curadora Diana Wechsler. Ambos são acadêmicos,
respectivamente Reitor Emérito e Vice-Reitora da Universidade Nacional de Tres
de Febrero, universidade pública da Argentina.
A primeira edição do evento foi realizada em 2017, com a participação de mais
de 400 artistas em cerca de 80 espaços em 34 cidades de 16 países. Em 2019 o
mapa foi ampliado para 112 áreas em 47 cidades de 21 países; em 2021, apesar
da pandemia, aconteceu em 120 locais em 48 cidades de 24 países da América,
Ásia e Europa. Nas três primeiras edições, participaram mais de 1.800 artistas
de todo o mundo. 


SOBRE O CCBB BRASÍLIA 

O Centro Cultural Banco do Brasil Brasília foi inaugurado em 12 de outubro de
2000, e está sediado no Edifício Tancredo Neves, uma obra arquitetônica de
Oscar Niemeyer, e tem o objetivo de reunir, em um só lugar, todas as formas de
arte e criatividade possíveis.  
 
Com projeto paisagístico assinado por Alda Rabello Cunha, o CCBB Brasília
dispõe de amplos espaços de convivência, bistrô, galerias de artes, sala de
cinema, teatro, praça central e jardins, onde são realizados exposições, shows
musicais, espetáculos, exibições de filmes e performances. 
 
Além disso, oferece o Programa Educativo CCBB Brasília, programa contínuo de
arte-educação patrocinado pelo Banco do Brasil que desenvolve ações
educativas e culturais para aproximar o visitante da programação em cartaz no
Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), acolhendo o público espontâneo e,
especialmente, milhares de estudantes de escolas públicas e particulares,
universitários e instituições, ao longo do ano, por meio de visitas mediadas agendadas, além de oferecer atividades de arte e educação aos fins de
semana.  
 
Em 2022, o CCBB Brasília obteve a certificação ISO 14001, importante
credencial de boas práticas ambientais, demonstrando o compromisso do Banco
do Brasil com a ética e a sustentabilidade ambiental. 

SERVIÇO
BIENALSUR 2023 – Signos na Paisagem
De 19 de setembro a 9 de novembro
Horário | De terça a domingo, das 9h às 21h 
Local: Galeria 4 do CCBB Brasília
Endereço | SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves
Setor de Clubes Especial Sul – Brasília – DF 
Entrada gratuita, mediante retirada de ingresso no site bb.com.br/cultura 
e na bilheteria física do CCBB Brasília 
Classificação indicativa: Livre 
CCBB Brasília
Aberto de terça a domingo, das 09h às 21h.
Endereço: SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor
de Clubes Especial Sul – Brasília – DF – Tel.: (61) 3108 7600 E-mail:
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