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Fui ali em Miami sem filhos

Fui ali em Miami sem filhos, fiquei 17 dias ausentes de casa e voltei. Como assim eu dei conta disso? Me achava incapaz de conseguir ficar tanto tempo longe do que me parece me fazer respirar, meus filhos. Um mês antes e já sofria, olhava pra eles e pensava como eu amava e como sentiria falta. Nas horas das birras eu pensava: quero ir amanhã se possível!

Mas logo me vinha na cabeça e se as outras pessoas perderem a paciência? Eu vou sentir falta dessa birra que eu sei!

Tinha medo de acontecer algo com eles e eu não estar perto, em 12 horas pode acontecer muita coisa(o tempo de aeroporto e voo), concluindo: fiquei doida! Para aumentar o grau de nervoso da minha pessoa, eu sofro de medo de avião. Toda vez que entro em um tenho certeza que minha senha do céu chegou. Aí logo penso: se eu morro Enrico nem sabe quem eu sou, nem sabe que eu gerei, amamentei dormi com ele no colo 2 meses enquanto usava o gesso… Maria Fernanda pode ser que lembre de algumas coisas como quando a gente toma banho juntas, quando brincamos de fazer maquiagem, quando a gente reza dentro do carro pra ir pra escola…

Ivo e Sofia seriam minhas memórias na Terra com certeza, aí dou graças a Deus por termos vividos tantas emoções! Mas quando percebo que estou deixando minha mente me paralisar mudo o foco!

Foco no prazer que vai ser passar dias com o marido conhecendo um lugar lindo e novo. Que vamos comer bem(amo comer), caminhar na praia e por aí vai. Comecei a dizer em voz alta também que eu AMO viajar de avião. Que viajar vai me fazer sentir bem e que entrar no avião é um atp de fé! Eu creio que minha vida está nas mãos do Senhor. Vocês devem estar rindo de mim, que drama queen!

Saímos daqui e me segurei para não chorar na despedida dos meus filhos porque TODOS eles choram quando me vê chorando. Devem imaginar que a coisa está feia se até eu estou chorando, né? Mas o voo da ida foi tranquilo, da Gol, a vista é linda chegando lá, viajamos de dia e deu pra ver Bahamas e tudo mais de lindo chegando na Florida.

Ok! Cheguei lá junto com vontade de rever tudo, comer tudo, tomar sol, falar inglês, tirar mil fotos legais para postar e o que me aparece? Uma “herpes nervosa”, como eu chamo. Incrível como nosso corpo reage a tudo. Temos que tomar cuidado com o que sentimos, cuidar da cabeça porque afeta nossa saúde. Não deixei isso me abalar, atrapalhar minha auto-estima, sabe? Ficava regulando os stories no instagram porque toda vez alguém me perguntava porque minha boca estaca suja. Ou o que era aquilo na minha boca… Expliquei algumas vezes, mas tudo certo. Juro que não me abalei, estava me achando mega linda, afinal de contas era como se eu tivesse acabado de comer um chocolate. Porém, apesar desse imprevisto no meu visual, eu vivi tudo, comi tudo que quis, tomei cerveja e sol, tirei mil fotos e detalhe: quase não falei Inglês, ás vezes tentava e a pessoa me respondia de volta em espanhol mesmo porque a mesma não falava entendia Inglês.

Devo dizer que amei a primeira semana, estava com meu marido e comemoramos nosso aniversário de 5 anos de casados. Estar sem as crianças nos proporcionou tempo de olhar mais um para o outro, nos conhecer novamente e nos reconectar.

Sim, nos conhecer novamente porque estamos em constante mudança, graças a Deus!

A vista do apartamento onde ficamos era absurdamente escandalosa de linda. Era como se Deus falasse toda manhã pra mim: “Bom dia, minha filha, estou aqui. Aumente a sua fé, e que ela seja tão grande quanto o oceano, pois tudo que faço e fiz é porque Eu te amo.” Foi Ele que me deu forças para superar a saudade das crias. Tinha certeza que ia ficar tudo bem. Rezava por eles não só antes de dormir, mas toda vez que via algo e lembrava deles, eu fazia uma prece. Isso me confortava bastante, sentia que eu dava um abraço a distância.

Passado 7 dias de viagem meu marido voltou, alívio que eu senti porque assim as crianças teriam a figura paterna de volta, mas que medo de dormir só.

Sim, de dormir só. Sempre dividi quarto ou cama.

Primeiro com meus pais ou avós pois era adepta de cama compartilhada, depois dividi quarto com minha irmã até casar. Após o divórcio tinha as crianças, casei novamente e quando o Fernando viajava sempre dormia com algum filho. Mas estou super orgulhosa de mim, que nem de luz acesa dormi! Demorava mais um tempo para cair no sono, mas tudo bem.

Ah! Por quê fiquei lá e ele voltou? Primeiro que os pacientes dele o esperavam e porque estava acompanhando minha cunhada grávida da nossa afilhada Bella, que estrelou na Terra dia 20 de março. Chegou linda e cheia de vida, sou só gratidão. A espera dela foi cheia de emoções. Inclusive lá pude participar de um curso para mamães, falando mais sobre o parto e os primeiros meses do bebê. Algumas coisas bem diferentes daqui e que agregaram muito.

O que eu aprendi com essa viagem?

Gente, aprendi a valorizar meus filhos! Não tão simplesmente assim porque foi dolorido passar por esse processo de reconhecimento de filhos à distância.

Quando estamos perto deles a vida é tão corrida que deixamos passar despercebido o que aprendemos com eles, como eles são e do que eles precisam. Principalmente meu caso, com 4 filhos sendo que dois não estão integralmente comigo por conta da guarda compartilhada (pauta pra outro dia).

Passei a admirar eles ainda mais, vi como nós somos diferentes. Não é nada assim: ‘nossa a personalidade da Sofia parece com a sua”. Eles são únicos e a essência vem do céu, não é genética! A beleza de você aprender com seus filhos me encanta, todos me ensinam algo diariamente e eles fizeram isso comigo mesmo a distância.

Aprendi que sobrevivo sem a presença de corpo deles e que confio muito nas pessoas com quem os deixei. Sou muito grata por tudo. Não existem nem palavras… Tudo bem que eu sentia até o cheiro deles quando via foto ou falava por Facetime, e não poder abraçar e beijar era por vezes enlouquecedor. Então vai uma dica aqui: quando estiverem sentindo muita saudade, evitem fica vendo fotos e vídeos, pode ter um efeito torturante. E se eles estão bem é o que importa, você também tem que estar bem. Ser forte é um exemplo de mulher que dá para suas filhas principalmente.

Aprendi que eles não esqueceram de mim e que eles sentem sim a minha falta. Enrico ficou tão feliz quando me viu! Medo dele que é menor me esquecer, mas a gente grudou bem grudado no dia que cheguei. Ele estava um leãozinho bravo que não deixava ninguém chegar perto de mim! Levando em consideração que o tempo que passei longe é 3% da vida dele, até que passamos bem!

Aprendi que eu e meu marido também sobrevivemos longe um do outro e que estamos juntos porque escolhemos estar um com o outro e que nosso elo é muito mais que corpo. Somo eu, ele e Deus! Era como se estivéssemos juntos mesmo longe, entendem?

Aprendi que a minha família é o bem mais precioso que tenho e que com meu marido e filhos fico bem em qualquer lugar.

Aprendi que ficar esse tempo todo fora de casa bagunça muita coisa e que demora um tempo tudo voltar ao normal. Posso nem culpar o fuso porque era só de uma hora… Ainda colocando a casa e os corações que deixei em ordem.

É uma mistura louca de emoções que faz bem a gente passar!

Minha volta foi um caso a parte, os voos da Gol foram cancelados e as únicas opções de volta oferecidas foram de Miami para NY, ou Peru e de lá para SP e depois Brasília. E lembrem-se: estava só! Outra barreira que enfrentei, cheguei aqui um caco emocionalmente, admito que eu tentei muito forte lidar com isso da melhor maneira possível, mas não obtive 100 por cento de sucesso.

Hoje está tudo entrando nos eixos, já estamos correndo atrás do prejuízo da saudade e estou cheia de dicas para dar! Semana que vem quero dar dicas de passeios que tem que fazer em Miami, lá é muito mais que compras.

E vocês já viajaram sem os filhos? Como foi?

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